Moradores da região sul de Palmas interditaram, na manhã desta sexta-feira (7), uma avenida no Setor Santa Fé, em Taquaralto, em protesto contra a precariedade do transporte coletivo na capital. O bloqueio ocorreu na faixa de pedestres em frente à estação Javaé e causou congestionamento na área.
A principal reclamação dos manifestantes foi a superlotação dos ônibus e os longos tempos de espera. De acordo com os usuários, a situação tem se agravado nos últimos meses, afetando principalmente trabalhadores que dependem do transporte público diariamente.
A Polícia Militar foi acionada para acompanhar a manifestação e controlar o tráfego. O protesto foi encerrado após a chegada de veículos extras para atender a demanda de passageiros.
Durante a manifestação, usuários relataram dificuldades diárias para conseguir embarcar nos ônibus.
“Todo dia é a mesma coisa. Chegamos aqui às 6h da manhã, mas os ônibus não passam. Quando passam, estão lotados e não param. Está difícil para quem depende desse transporte para trabalhar”, reclamou Antônia, uma das manifestantes.
Outra passageira afirmou que a redução da tarifa não é suficiente se o serviço continuar com problemas. “A gente não quer ônibus de graça, nem tarifa barata. Queremos ônibus de qualidade porque trabalhamos para isso”, disse em entrevista à TV Anhanguera.
Desde o início de fevereiro, a tarifa do transporte coletivo em Palmas foi reduzida de R$ 3,85 para R$ 2, como parte de uma medida transitória anunciada pelo prefeito Eduardo Siqueira Campos. A prefeitura informou que o valor reduzido valerá até o fim do mês.
Além disso, o município está finalizando um edital para conceder novamente o serviço à iniciativa privada, em um contrato com validade de 20 anos. O presidente da Agência de Transporte Coletivo de Palmas (ATCP), Wallace Pimentel, declarou que a gestão pública do transporte não se mostrou eficiente.
“Estamos finalizando o edital de licitação para que empresas interessadas possam participar e oferecer um serviço adequado. Infelizmente, ficou evidente que o setor público não tem vocação para gerir esse tipo de serviço”, afirmou Pimentel.
O transporte público de Palmas foi operado por empresas privadas por mais de 20 anos, até que, em 2022, a então prefeita Cinthia Ribeiro decidiu municipalizar o serviço, criando a ATCP. Desde então, o sistema tem enfrentado desafios, incluindo falta de ônibus, atrasos e superlotação.
A nova licitação prevê que a cidade tenha uma frota de 180 ônibus para atender aproximadamente 323 mil habitantes. Entretanto, usuários seguem cobrando melhorias imediatas no serviço, que tem sido alvo frequente de críticas.
Fonte: G1 Tocantins
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